Maracaju, Mato Grosso do Sul – A equipe do Programa Soja Brasil esteve em Maracaju, Mato Grosso do Sul, para acompanhar de perto a situação do estado frente à produção de soja, cultura que tem se destacado pela adoção de tecnologia e inovação, mas que enfrenta desafios climáticos significativos.
O estado, conhecido por sua grande aptidão agrícola, vem sofrendo com uma severa estiagem que impactou mais de uma safra consecutiva.
Segundo dados da Aprosoja/MS, cerca de 2 milhões de hectares de soja foram afetados pelo estresse hídrico, o que representa 45% da área total cultivada no estado. A estiagem atingiu 38 municípios, resultando em uma produtividade abaixo da média estimada, de 51,7 sacas por hectare. "A situação financeira dos produtores vem se acumulando ao longo do tempo. Não é um problema apenas desta safra, mas de duas ou três safras consecutivas. É preciso uma atenção muito ajustada à situação do produtor, que terá dificuldades para cumprir seus compromissos e investir na próxima safra", destacou um representante da equipe.
Além da falta de chuva, as altas temperaturas têm agravado o cenário. A soja, cultura composta em grande parte por proteína, sofre com temperaturas acima de 35°C, que degradam a proteína e reduzem o peso dos grãos, resultando em menor produção. "As altas temperaturas têm sido um problema constante, impactando diretamente a qualidade e a quantidade da produção", explicou um especialista.
Pesquisa e inovação como aliadas
Diante desse cenário desafiador, a pesquisa e a inovação surgem como ferramentas essenciais para o crescimento do setor. Desenvolver soluções mais eficientes para reduzir os impactos climáticos e garantir uma produção mais sustentável tem sido o foco de instituições e empresas do agronegócio. "A pesquisa é fundamental para aumentar a produtividade e difundir tecnologias que possam ser aplicadas em larga escala pelos produtores", afirmou um pesquisador.
Estudos apontam que a definição da janela ideal de semeadura pode reduzir perdas causadas por veranicos e altas temperaturas, como as registradas na região Centro-Sul e na fronteira do estado. Além disso, o manejo adequado do solo, com a manutenção de uma boa cobertura de palhada, tem sido crucial para minimizar os impactos negativos no desenvolvimento da cultura. "Um bom sistema de produção, com solo bem manejado, é essencial para reduzir problemas como a emergência irregular de plantas e a incidência de nematoides", explicou um técnico.
Diversificação e irrigação como estratégias
Para minimizar os riscos, a diversificação de culturas tem ganhado força no estado. Culturas como cana-de-açúcar, laranja, amendoim e eucalipto têm sido introduzidas como alternativas para os produtores. Além disso, a irrigação surge como uma ferramenta importante para mitigar os efeitos da seca e aumentar a produtividade. "A irrigação é uma estratégia eficiente para garantir a estabilidade da produção, especialmente em períodos de estiagem", destacou um especialista.
Outro fator que promete impulsionar o agronegócio no estado é a Rota Bioceânica, que deve melhorar a logística e trazer maior competitividade ao setor. "A rota bioceânica vai facilitar o escoamento da produção e aumentar a rentabilidade da cadeia do agro", afirmou um representante do setor.
Conclusão
Apesar dos desafios climáticos, Mato Grosso do Sul continua a buscar soluções inovadoras para manter sua posição de destaque no cenário agrícola nacional. Com o apoio da pesquisa, da tecnologia e de estratégias como a diversificação de culturas e a irrigação, os produtores esperam superar as adversidades e garantir uma produção mais sustentável e rentável no futuro.
Enquanto isso, a equipe do Programa Soja Brasil segue monitorando a situação e buscando alternativas para apoiar os produtores locais, reforçando a importância do setor para a economia do estado e do país.
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